16.1.12

Testamento

Nosso querido irmão, Rodrigo, nos deixou o ano passado para ir ao encontro do Pai.
E os nossos planos de publicar um livro, Poeta? E as nossas deliciosas conversações? Sua memória e erudição eram privilegiadas. Você, que tinha sempre uma palavra a respeito de tudo e fostes um dos mais estimuladores de minha escrita, deixa muita saudade.
Desculpe ainda não tê-lo homenageado, aqui.
Consola-me o fato de que, como diz o nome do nosso blog: Deus é "exato" em Suas "actitudes".
Deixo-te um poema, que não me lembro se cheguei a mostrar-te. Espero que seja do teu agrado:

____ Testamento____


Meus irmãos, minhas irmãs,
Não lancem dados sobre os andrajos.
Na vida nada possuí.
Somente um verso, alquebrado, eu fiz:

“Nasci...”

Por vossos olhos, com muita sorte,
ei-lo completo com minha morte:

“...Parti!”

_________ Cláudio Aarão Rangel

22.8.10

Outros uns

Não importa o quanto persistissem, o resultado seria sempre o mesmo: a desilusão.

11.7.10

Peso

Sequencias gritantes de flashbacks que deveriam estar guardados na gaveta que eu perdi a chave. As lembranças pesam mas é só isso.
Pra perder o encanto qualquer esforço é desnecessário pois faz parte de um ciclo já conhecido. Isso tá me soando familiar e meu corpo rejeita com certa estupidez.
Quanto pesa o tempo que você perdeu? Estar alguns passos a frente não é tão recompensante como deveria ser. Essa distância é evidente quando cai na rotina e o melhor não está "pertinho de mim" como li naquele certo outdoor.
De repente volta essa falta de nexo vomitada a esmo que eu tanto evitei. Essa ânsia é mais forte que eu e provavelmente passarei mal.
É que o novo, de novo, se perdeu, enquanto buscava se desfazer das mais cruas lembranças, enquanto um breve segredo me faz desisntegrar com mais rapidez. Até sair da rotina.

28.5.10



Todo mundo quer ser sócio do sucesso.
Os bons se revelam nos fracassos.

11.4.10

Nunca um talvez!

Não me dês esperança se não queres
Que eu te corteje como terno amante.
Porque só quero a ti, dentre as mulheres,
E só por ti é meu amor constante.

Não me enganes, por Deus, pois se o fizeres
Terás igual destino logo adiante.
Não me dês esperança se me queres
Apenas por capricho de um instante.

Desilude-me agora, não me tentes
Com olhares de amor inconfidentes,
Antes mata-me o sonho de uma vez.

Lutei e resisti o quanto pude,
Hoje, quero a verdade, inda que rude,
Em lugar da tortura de um talvez...


Rodrigo Thomaz

19.3.10



Même quand je te vois dans l’air qui m’environne,
Quand tu sembles meilleur que mon coeur ne rêva,
Quelque chose de toi sans cesse m’abandonne,
Car rien qu’en vivant tu t’en vas.


3.3.10

É mais importante o que nos tornamos, ou como?

Sabe quando vemos uma foto antiga e tem um estranho no fundo? Me fez perguntar quantos estranhos tem a nossa vida. Quantos momentos de vidas alheias fazemos parte.
Fizemos parte da vida de alguém quando os sonhos dessa pessoa se realizaram? Ou estivemos lá, quando os sonhos delas morreram?
Acontece que não continuamos a tentar nos aproximar, como se fossemos destinados a estar lá. Esse tiro também te pegou de suspresa? Pois alguém me disse que podemos ser uma grande parte da vida de alguém e nem se quer saber.

12.2.10



Que sinal nem penhor não é bastante
As palavras dum vago navegante.


19.1.10



Ah, todo este desperdício inútil de ternuras!...

8.1.10

Pedaços de mim mesmo em cada verso

Foram-me os anos de maior doçura,
Maior prazer, mas de mais curta vida,
Os que vivi com ela, a mais querida
De quantas hei amado, porventura.

Mas se já estava a sorte decidida,
Melhor seria, às portas da loucura,
Que eu tentasse esquecê-la, atroz tortura
Sabê-la sempre para mim perdida.

Fiz-me boêmio então, gastei meus dias
Ostentando fingidas alegrias,
Porém num pranto interior, imerso.

Fiz-me poeta, pra morrer cantando.
Deixei com ela a alma, e vou deixando
Pedaços de mim mesmo em cada verso.