27.5.09

Tenha juízo!

No momento em que eu partia,
Virei-me e tu estavas de costas
Exuberante!, se não te importas
Com esta tamanha ousadia.


Mas esta ousadia é decerto
Bem menor que a daquela hora
Quando voltei, estando já fora,
Para poder ver-te mais perto.

Tu, ao notares meu sorriso,
E apesar do teu guarda-costas,
Sorriste também, em resposta,
Dizendo-me "Tenha juízo!".

Muito siso eu tenho de sobra,
Mas deixei, caído no chão,
De mim algo num simples cartão,
E chegaste a ler esta obra.


Rodrigo Thomaz
A partir do mote de Claudio Rangel

22.5.09

Canção da despedida

Eu que jurei por minh' alma
Guardar-te das dores da vida,
Causei-te a dor mais doída.
Para isso não há o perdão!

A chaga aberta em tu' alma,
O tempo não a cicatriza.
Nem mesmo ele ameniza:
É dano sem reparação!

A alma ferida não sangra,
Mas verte a mágoa sentida
Em gotas de dor incontida;
Em gotas de desilusão...

Desilusão que à alma esgarça,
Deixando-nos apenas carcaça,
Sem pouso, sem rumo, sem chão.


Rodrigo Thomaz

18.5.09

Inaugurando emoção.

Viajo em meio o tempo
Imaginando talvez os tormentos,
Que envolve minha maneira de pensar.
Ser cético em verdades,
Não crer em realidades,
Estranhar o plausível vento no ar
Colecionando vícios,
Incrementando saudades
Perdendo (por sorte)
Saudosos inícios.
Assim quero continuar
Perdendo razões,
Achando estragos
Sonhando demais
Partindo-me em pedaços.

17.5.09

Frio e Calculista, ou...


O Enigma da Margarida


ama? (eu te amo)
não ama? (eu te amo)
ama? (eu te amo)
não ama (eu te amo)
amor...(eu tenho Amor)
não amor...(eu tenho Amor)
(...)


Quem faz a corrente?
Quem quer o ausente?
Se bem calculares
(+ o amor presente)
não importa lugares:
o amor ganha sempre.

11.5.09

Soneto do Amor Imortal

Não sei porque foste dizer-me um dia,
De maneira sincera e inclemente,
Que de tudo restara, tão somente,
Amizade, pois amor não mais havia.

Teu olhar falava, mas eu não cria
Que tais palavras soltas, imprudentes,
Pudessem sepultar o amor luzente
Que no coração meu tão quente ardia.

O amor em meu peito eu já sabia
Ser imortal e, portanto, não podia
Perecer por tolice ou vaidade.

A buscar-te lancei-me em batalha,
Do desamor rasguei a vil mortalha,
Pois que te quero e amo de verdade.


Rodrigo Thomaz

08/05/2009