1.1.10

- tenho tanto que dizer, que fazer, que sonhar,
e só há cinzeiros cheios e garrafas vazias.
tenho tanto, tanto medo de não querer,
de continuar abraçando minhas pernas num ato compulsivo de fugir da dor.
queria uma aspirina complexa, uma que invadisse o cérebro, que fizesse tratamentos sintomáticos de tudo que me fere.
queria uma garrafa de whisky com pequenas doses de sanidade,
e um céu nublado, feio, escuro e angustiante,
um que combine com minha alma.


Jéssica Carolina

2 commentaires:

Cláudio Rangel a dit…

Poesia, com certeza, combina com tua alma.

Rodrigo Thomaz a dit…

Lindo, Jessica!